O imperador era bem menos casto que sua imagem séria nos retratos faz supor
TEXTO Paulo Rezzutti | 28/10/2014 17h17
Na calada da noite, três cidadãos, aparentemente alterados pela
bebida, foram apanhados pela ronda policial tentando invadir a
residência de uma senhora no Rio de Janeiro. O incidente ocorreu entre o
final de 1870 e o início de 1871. Poderia ser só mais uma tentativa de
invasão seguida de roubo, mas não era o caso. O inspetor do quarteirão
se lembraria dessa noite para toda a vida. Ao intimar os invasores que
se identificassem, reconheceu um deles como o imperador dom Pedro II.
Depois de milhares de pedidos de perdão, o inspetor foi bater na casa do
subdelegado às 2 horas da madrugada e contou-lhe o ocorrido, julgando
que sua carreira policial terminara naquela noite. O historiador
norte-americano Roderick J. Barman revelou o nome da dama em questão:
Carolina Bregaro. Ela era filha do dono do Real Teatro São João, atual
João Caetano, no Rio de Janeiro, e sobrinha de Paulo Bregaro, o
mensageiro despachado do Rio de Janeiro que chegou a São Paulo em 7 de
setembro de 1822 com cartas da corte para d. Pedro I.O marido de Carolina, Rodrigo Delfim Pereira, era um diplomata brasileiro educado na Inglaterra com ordens dadas por seu ilustre pai de “não voltar para o Brasil falando ‘minha pai’, ‘minha cavalo’”. Ele era meio-irmão de dom Pedro II, filho do primeiro imperador brasileiro com Maria Benedita de Castro do Canto e Melo, Baronesa de Sorocaba, irmã da Marquesa de Santos. Barman acredita que o relacionamento amoroso entre dom Pedro II e sua cunhada – ele não desconhecia seu parentesco com Delfim Pereira – durou uma década.
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