“O mito está intimamente ligado à religião Uma vez que esta ligação é quebrada, e os atores da história não são considerados deuses, mas heróis humanos, gigantes ou fadas, já não são mais um mito, mas uma lenda. E quando o ator central é divino, mas a história é trivial, o resultado é lenda religiosa, não mito". [J. Simpson & S. Roud, "Dicionário de Inglês Folclore", Oxford, 2000]
Entre Mitos e Lendas o Krampus é descrito no “folclore” ariano como um ser abominável pelas populações das aldeias e cidadezinhas nas áreas das montanhas alpinas, como na Áustria, Alemanha, Alsácia, Suíça, Eslovênia, e tantas outras.
Mas por que abominável? O que um ser que acompanha a figura - igualmente lendária - como Papai Noel nos rituais de Natal poderia ter origem macabra, “diabólica”?
Narra a lenda que o Krampus pune as crianças que se “comportaram mal” durante o Natal. Como Krampus as pune? Bom, narra a lenda que ele aparece com um saco ou uma tina (?) e carrega consigo a criança escolhida diante da sua própria família sem dó nem piedade.
Nos textos “folclóricos” é dito que “São Nicolau” se preocupa apenas com as boas crianças, enquanto Krampus é responsável pelas crianças más. As crianças boas ganham presentes, as más, recebem castigo. Já ouviu isso? Queria eu saber como crianças pequenas podem ser más em alguma coisa.
Mas essa explicação pode ganhar outra perspectiva adiante.
As “boas” crianças são as que não emitem desespero ou revolta. Estão isentas de qualquer tipo de emoção estressante, o que invalida o sacrifício. As crianças “más” são as que entram na dinâmica aterrorizante. Sofrem em alto grau, gritando e se debatendo, lutando pela vida, desesperadamente.
Uma maneira singela de perpetuar na sociedade a ideia de sacrifício e castigo, uma herança idiota que faz parte da história humana. Lembra da história do filho de deus que foi castigado e sacrificado em nome de... por que mesmo?
Desenhos animados nos dão tantas informações
Seus criadores não montaram toda uma trama e animação para “distrair” seus filhos, não seja tolo. Crianças não vão ao cinema sozinhas.
Lipe Lundorf
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