Blog 100 História : Literatura de Cordel cultura brasileira

Literatura de Cordel cultura brasileira






Como a Literatura de Cordel, enquanto veículo do imaginário popular, refaz os caminhos enviesados do olhar matuto, reconstitui a maneira do sertanejo reagir ao mundo e, mais do que isso, deixa pistas do sistema complexo sobre o qual se edifica seu sentimento de contestação.
Manifestação artística viva em sintonia estreita com visão popular, a Literatura de Cordel oferece aos pesquisadores um espaço sempre aberto de reflexão sobre uma
É muito rica e diversificada a produção cultural de um povo; mas o nordestino é especial. No entanto, talvez o nosso maior problema seja a não valorização daquilo que temos. É mais propício aceitar o que a mídia propõe do que explorar o que está em nosso dia-a-dia.
A literatura de cordel é exatamente isso – cultura popular. Os versos estão sempre relatando acontecimentos, fatos políticos, artísticos, lendários, folclóricos ou pitorescos da vida como ela realmente é. Sua produção é simples como o povo; não requer tanto “estilo” ou “formalidades”; sua abrangência alcança todas as classes sociais. Assim, o que falta é o reconhecimento e a valorização. Ao propor este trabalho para os alunos em sala de aula, estaremos oferecendo um leque de recursos que os ajudarão em várias carências de aprendizagem, como a produção textual, a leitura, a escrita, a linguagem não verbal (na análise da xilogravura), apreciação artístico-literária e um universo para a socialização e cidadania, principalmente, no campo da Literatura.
É um campo de estudo pedagógico onde os professores terão subsídios – didáticos para trabalhar vários tipos de conteúdos, pois estes podem ser adotados aos objetivos que forem traçados. Ao mesmo tempo é uma oportunidade para que este ramo da literatura popular tenha uma chance de aceitação e valorização; fazendo despertar entre as pessoas o gosto pela preservação dos nossos artistas e da cultura nordestina nas escolas.


A origem da literatura de cordel.

Do romanceiro popular português originou-se a literatura de cordel começou a ser divulgada nos séculos XVI e XVII, trazida pelos colonos portugueses cuja venda era privilégio dos cegos. A partir do século XIX o romanceiro nordestino tornou-se independente, com característica própria, esse nome surgiu a partir de um cordel ou barbante em que os folhetos eram pendurados em exposição. Na origem, a literatura de cordel se liga à divulgação de histórias tradicionais, narrativas de épocas passadas que a memória popular conservou e transmitiu. Essas narrativas enquadram-se na categoria de romance de cavalaria, amor, guerras, viagem ou conquista marítimas. Mais tarde apareceram no mesmo tipo de poesia a descrição de fatos recentes e de acontecimentos sociais contemporâneos que prendiam a atenção da população.
Na Espanha, o mesmo tipo de literatura popular era chamada de “pliegos sueltos“, o correspondete em Portugal, às folhas volantes, folhas soltas ou literatura de cordel. No México, na Argentina, na Nicarágua e no Peru há o corrido, compõe-se em geral de dois grupos: os de romance tradicionais, com temas universais de amor e morte, classificados em profanos, religiosos e infantis; e oscorridos nacionales, com assuntos patrióticos e políticos estes últimos os menos cantados.
Na França, o mesmo fenômeno corresponde á “litteratue de colportage“, literatura volante , mais dirigida ao meio rural, através do “occasionnels”, enquanto nas cidades prevalecia o “canard“.
Na Inglaterra os folhetos são semelhantes aos nossos eram correntes e denominados “cockes”ou “catchpennies”, em relação aos romances e estórias imaginarias; e “broadsiddes” relativos às folhas volantes sobres fatos históricos , que equivaliam aos nossos folhetos de motivação circunstaciais. Os chamados folhetos de época ou “acontecidos“.
Na Alemanha, os folhetos tinham formato tipógrafos em quarto e oitavo de quatro e a dezesseis folhas. Editados em tipografias avulsas, destinavam-se ao grande público, sendo vendidos em mercados, feiras , tabernas, diante das igrejas e universidades. Suas capas (exatamente como ainda hoje , no Nordeste brasileiro) traziam xilogravuras, fixando aspectos do tema tratado. Embora a maioria dos folhetos germânicos fosse em prosa, outros apareciam em versos, inclusive indicação, no frontispício, para ser cantado com melodia conhecida da época.
No Brasil não mais se discute a literatura de cordel, nos chegou através dos colonizadores lusos, em “folhas soltas” ou “manuscritos“. Só mais tarde, com o aparecimento das pequenas tipografias, fins do século passado a literatura de cordel se fincou raízes sobre tudo no Nordeste justamente para provar que é uma literatura bem popular, surgem também os chamados repentistas, que criam as letras na hora, de acordo com o pedido da plateia que lhes dão o assunto, e os cantadores obedecem geralmente cantam em dupla, e esses tem revelado os escândalos sociais e políticos e econômicos que nos últimos anos têm nos castigados.
O cordel uma das peculiaridades da cultura regional.
A custa de muita luta, tanto os que cantam como os que escrevem o cordel, tem sobrevivido. Graças à vontade de fazer algo diferente o cordel tem rompido barreiras que pareciam intransponíveis, para poder ocupar o lugar que esta sendo habitado por coisas que não são do nosso pais.
Os folhetos de cordel brasileiro, com seus múltiplos temas e expressiva forma de composição poética, têm sido objetos de estudo para pesquisadores do nosso país e também estrangeiros. Os textos de cordel poeticamente estruturados tendo como a sextilha como estrofe básica, são ilustrados com xilogravuras de cartões postais, fotografias, desenhos e outras composições gráficas e oferecem farto material para pesquisas ensejando variadas interpretações que remetem para o contexto sócio cultural em que se inserem cada texto. Assim, os folhetos sobre os mais diversos temas, tradicionais ou contemporâneos são versejados por inúmeros poetas populares, estabelecendo-se relações icônico-textuais significativas, ou outras intratextuais.
Como se sabe , esta riquíssima e sugestiva expressão literária popular, que encontrou campo fértil campo no Nordeste brasileiro, só pode ser bem compreendido dentro do contexto cultural mais amplo, envolvendo suas origem européia ou orientais, até a produção atual, de modo a se ter uma visão mais ampla dos seus temas e formas de expressão e das transformações por que vêm passando, no nível da estrutura da narrativa.
Literatura de cordel é o nome desse meio de oferece literatura popular, originou-se no fato dos vendedores, dependurarem pequenos livrinho em barbantes ou cordões, geralmente confeccionados nos tamanhos de 11x15cm ou 11×17 cm e, de papel de baixa qualidade, e tinham suas capas com ilustrada com xilogravuras na década de 20e anos 30 e 50, surgiam as capas com fotos de estrelas do cinemas americano.


Atualmente, ainda o mesmo formato, embora possam ser encontradas em outros tamanhos. Quanto à impressão substituindo a tipografia do passado, hoje também são usadas as fotocópias, é comum encontrar os vendedores colocá-los em cima de caixotes ou esteiras, nas calçadas. Esses vendedores também costumam aparecer em feiras semanais. A literatura de cordel esta dividida em três tipos: folhetos que contenham oito páginas, romance que possuem de dezesseis a vinte e quatro páginas; e estórias de trintas e dois a quarenta e oito páginas.
De um modo geral, sua apresentação gráfica é bastante modesta, pois o preço é baixo, uma vez que se destina a camada mais baixa da população.
Esses livros narram os mais diversos assuntos, desde estórias de amor, as aventuras de cangaceiros e acontecimentos importantes, na tentativa de melhor vender sua mercadoria, costuma o vendedor ler em voz alta o conteúdo do livro para depois oferecê-lo aos prováveis compradores, os temas apresentados nesses livros aparecem em prosa ou em versos.


Xilogravura

A xilogravura – arte de gravar em madeira – é de provável origem chinesa, sendo conhecida desde o século VI. No Ocidente, ela já se afirma durante a Idade Média, através das iluminuras e confecções de baralhos. Mas até ai, a xilogravura era apenas técnica de reprodução de cópias. Só mais tarde é que ela começa a ser valorizada como manifestação artística em si. No século XVIII, chega à Europa nova concepção revolucionária da xilografia: as gravuras japonesas a cores. Processo que só se desenvolveu no Ocidente a partir do século XX. Hoje, já se usam até 92 cores e nuanças em uma só gravura.
Aspecto de grande importância do Cordel é, sem dúvida, a xilogravura de suas capas. Sabe-se que o cordel antigo não trazia xilogravuras. Suas capas eram ilustradas apenas com vinhetas – pobres arabescos usados nas pequenas tipografias do interior nordestino. A partir da década de trinta, surgiram folhetos trazendo nas capas clichês de artistas de cinema, fotos de postais, retratos de Padre Cícero e Lampião. As xilogravuras ou “tacos”, como ainda hoje preferem chamar os artistas populares, usando madeiras leves, como umburana, pinho, cedro, cajá.
Na xilogravura, a resistência – maior ou menor – da madeira sofre transformações. Criam-se na madeira novos veios, outra trama. Fibras nascentes vão compondo vãos e cortes abertos pala goiva. Essas fibras nevrálgicas – amalgamadas ao branco do papel – compõem com ele os ritmos das fibras insurgentes, a contrastar com o filamento negro ou colorido da impressão. Integrada ao papel, a cor negra adquire valores de especiais. O negrume e a coloração registram uma urdidura única, inexistente na natureza. As xilogravuras são ilustrações populares obtidas por gravuras talhadas em madeiras, muito difundidas no Nordeste e sempre associadas à Literatura de Cordel, uma vez que a partir do final do Século XIX passam a ser utilizadas na produção da capas dos folhetos.
Anteriormente, a xilogravura tinha uso considerado “menos nobre”, como a confecção de rótulos de garrafas de cachaça e outros produtos. Sua grande popularidade veio com o cordel.
A origem da xilogravura nordestina até hoje é ignorada. Acredita-se que os missionários portugueses tenham ensinado sua técnica aos brasileiros, como uma atividade extra catequese, partindo do principio religioso que defende a necessidade de ocupar as mãos para que a mente não fique livre, de maus pensamentos, ao pecado.

@Lipe Lundorf

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