Blog 100 História

Bom como bom historiador não posso me deixar levar por teorias mesquinhas que insistem em dizer que Funk não é cultura.Antes de tudo proponho uma reflexão  para começarmos a entender  o que se caracteriza como cultura, para então darmos um ponto de partida a matéria aqui explanada.
Usei como fonte de pesquisa a obra de um sociólogo o qual admiro muito e que viveu a frente de seu tempo Émile Durheim,que pode ser considerado um dos país da sociologia, em seu livro intitulado "As Regras do Método Sociológico"
Durkheim em sua obra define que Cultura significa cultivar, e vem do latim colere. Genericamente a cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo homem não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade como membro dela que é.
Agora como sabemos o que é cultura podemos começar a falar sobre o assunto em questão.

Como surgiu o funk?

O funk surgiu nos EUA( Estados Unidos da América) em meados dos  anos 60.
O funk surgiu como uma “mescla” entre os estilos R&B, jazz e soul. No início, o estilo era considerado indecente, pois a palavra “funk” (pronuncia-se [fânc]) em inglês originalmente se referia de forma ofensiva, a um forte odor porém no jargão no jargão do jazz americano poderia significar terreno, o retorno ao básico, autêntico e também usada em conotações sexuais segundo o historiador Robert Farris Thompson e antropólogo em seu livro Flash Of The Spirit: African & Afro-American Art & Philosophy.
Quando músicos afro-americanos, misturando soul, jazz e rhythm and blues, criaram uma nova forma de música rítmica e dançante. O funk tira o ênfase da melodia e da harmonia e traz um groove rítmico forte de baixo elétrico e bateria no fundo.Podemos destacar James Brown nessa época pois só a partir dele o funk passou a ser reconhecido como genero musical.Em 1965 Brown gravou  "Papa's Got a Brand New Bag" normalmente é considerada como o primeira musica do gênero funk a fazer sucesso.

Anos 70

A alteração mais característica do funk, na década de 70, foi feita por George Clinton, com suas bandas Parliament, e, posteriormente, Funkadelic. Tratava-se de um funk mais pesado, influenciado pela psicodelia, dando origem ao subgênero chamado P-Funk. Nesse período surgiram renomadas bandas como B.T. Express, Commodores, Earth Wind & Fire, War, Lakeside, Brass Construction, Kool & The Gang, etc.

O surgimento do Parliament-Funkadelic deu origem ao chamado P-Funk', que se referia tanto à banda quanto ao subgênero que desenvolveu.
O Movimento Funk era inicialmente desconhecido para o público branco, ele finalmente consegue espaço, especialmente graças a música disco, na segunda metade da década de 1970.
Outros grupos de funk surgiram nos anos 1970: Mandrill, B.T. Express, Average White Band, The Main Ingredient, The Commodores, Earth, Wind & Fire, War, Lakeside, Brass Construction, KC and the Sunshine Band, Kool & The Gang, Chic, Cameo, Fatback, The Gap Band, Instant Funk, The Brothers Johnson, Ohio Players, Wild Cherry, Skyy, e músicos/cantores como Jimmy "Bo" Horne, Rick James, Chaka Khan, Tom Browne, Kurtis Blow (um dos precursores do rap) e os popstars Michael Jackson e Prince.
Nessa época que o funk chega ao Brasil mais precisamente no Rio de Janeiro e surgem os chamados
 bailes funk têm origem no início da década de 1970, quando surgiram os chamados ''bailes da pesada'', realizados no Canecão pelos DJs Big Boy e Ademir Lemos, nesses bailes os ritmos predominantes eram soul e funk Com o tempo, surgem outros bailes, chamados de black ou shaft, nome inspirado no filme Shaft (1971), um blaxploitation, nome dados aos filmes destinados a comunidade afro-americana, estrelado por Richard Roundtree que teve trilha sonora de soul e funk composta por Isaac Hayes. Em 1973, surge a equipe de som Furacão 2000, outras equipes surgem nesse período como Black Power e Soul Grand Prix Em 1976, o artigo Black Rio – O orgulho (importado) de ser negro no Brasil de Lena Frias, publicada no Jornal do Brasil, serviu para batizar o movimento de Black Rio, que inclusive foi usado para dar nome a uma banda.[
Em meados da década, os bailes funk perderam um pouco da popularidade por conta do surgimento da disco music, uma versão pop de soul e funk, sobretudo após o lançamento do filme Os Embalos de Sábado à Noite (1971), estrelado por John Travolta e com trilha sonora da banda Bee Gees

Anos 80

A partir da década de 1980, os bailes funk do Rio de Janeiro começaram a ser influenciados por novos ritmos, tais como o Miami bass, que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas.Por volta de 1986, o sociólogo Hermano Vianna presenteia o DJ Marlboro com uma bateria eletrônica do modelo Boss Doctor Rhythm DR-110. As primeiras gravações de funk carioca eram versões desse gênero musical.Também nessa década surgem os bailes charme, criados pelo Corello DJ e que tocavam canções românticas de R&B contemporâneo.
De acordo com Malboro, a principal influência pro surgimento do funk carioca foi o single Planet Rock de
Afrika Bambaataa e Soulsonic Force, lançado em 1982, misturando o funk de James Brown e a música eletrônica do grupo alemão Kraftwerk (tendo inclusive sampleado trechos de "Trans-Europe Express") a canção foi denominada na época como funk e hoje é reconhecida como um dos primeiros singles de electro, Bambaataa também é reconhecido como um dos precursores do hip hop e pela associação cultura Zulu Nation. As rádios passaram a dedicar espaço em sua grade horária para os sucessos feitos no ritmo funk. Um dos mais famosos foi a regravação de uma canção de Raul Seixas, o "Rock das Aranhas"[3] . A ela, se juntaram outras paródias de gravações de cantores de latin freestyle (servindo de inspiração para o funk melody) como Stevie B, Corell DJ, entre outros MCs. Dentre os raps que marcaram o período mais politizado no funk é o “Feira de Acari*” que abordava o tema da famosa Robauto, feira de peças de carro roubadas pelas cidade. Com o tempo, os bailes – até então, realizados nos clubes dos bairros do subúrbio da capital – expandiram-se a céu aberto, nas ruas. O funk ganhou grande apelo entre moradores de comunidades carentes, as músicas tratavam o cotidiano dos frequentadores: abordavam a violência e a pobreza das favelas.

Anos 90

Com o aumento do número de raps/melôs gravadas em português, apesar de quase sempre se utilizar a batida do miami bass, o funk carioca começou a década de 1990 criando a sua identidade própria. As suas letras refletem o dia a dia das comunidades ou fazem exaltação a elas (muitos desses raps surgiram de concursos de rap promovidos dentro das comunidades). Em consequência, o ritmo ficou cada vez mais popular e os bailes se multiplicaram. Ao mesmo tempo, o funk começou a ser alvo de ataques e preconceito da sociedade. Não só por ter se popularizado entre as camadas mais pobres da sociedade, mas também porque, em vários destes bailes, ocorriam os chamados "corredores", quando dois grupos rivais, chamados "lado A e lado B", se enfrentavam, resultando por vezes em mortes.
Com isso, passou a haver uma constante ameaça de proibição dos bailes. Isso gerou o surgimento de canções funk que pediam a paz entre os grupos rivais, como a música "Som de preto". Em meio a isso, surgiu uma nova vertente do funk carioca, o funk melody, com músicas mais melódicas e temas mais românticos, seguindo mais fielmente a linha musical do freestyle americano e alcançando sucesso nacional. Destacaram-se, nesta primeira fase, Latino, Copacabana Beat, MC Marcinho, entre outros.
A partir de 1995, o rap, até então executado apenas em algumas rádios, passou a ser tocado inclusive em algumas emissoras AM. O que parecia ser um modismo "desceu os morros", chegando às áreas nobres do Rio de Janeiro. O programa da Furacão 2000 (inspirado no programa americano Soul Train) na Central Nacional de Televisão fazia sucesso, trazendo os destaques do funk e deixando de ser exibido apenas no Rio de Janeiro, ganhando uma edição nacional. Além disso, muitos artistas passaram a se apresentar no programa Xuxa Park, apresentada por Xuxa.[15] Artistas como Claudinho & Buchecha, entre outros, tornaram-se referência nessa fase áurea, além de equipes de som como Pipo's, Cashbox e outras. A Rádio Imprensa teve papel importante nesse processo, ao abrir espaço para os programas destas e de várias outras equipes.
Alguns bordões e gritos de guerra criados nos bailes tornavam-se sucesso, como foi o caso de "Uh, tererê" (um falso cognato do rap "Whoop! There it is!" do grupo americano Tag Team) e "Ah, eu tô maluco".
Em 1997, Mestre Jorjão da bateria da Viradouro introduziu a "paradinha funk" no desfile de carnaval.Paralelo a isso, outra corrente do funk ganhava espaço junto às populações carentes: o "proibidão". Normalmente com temas vinculados ao tráfico de drogas, os raps eram, muitas vezes, exaltações a grupos criminosos locais e provocações a grupos rivais, os "alemães" (gíria também usada para denominar os grupos rivais dentro dos bailes funk). Normalmente, as músicas eram cantadas apenas em bailes realizados dentro das comunidades e divulgados em algumas rádios comunitárias. Ao final da década, além de todas as variantes acima, surgiram músicas com conotação erótica. Essa temática, caracterizada por músicas de letras sensuais, por vezes vulgares, que começou no final da década, ganhou força e teria seu principal momento ao longo dos anos 2000.

Anos 2000


O funk ganhou espaço fora do Rio de Janeiro e ganhou reconhecimento internacional quando foi eleito umas das grandes sensações do verão europeu de 2005. Foi a base para um sucesso da cantora inglesa M.I.A., "Bucky Done Gun". Um dos destaques dessa fase (e que foi objeto até de um documentário europeu sobre o tema) foi a cantora Tati Quebra-Barraco, que se tornou, através das letras de suas músicas, um símbolo de mulheres que demonstram resistência à dominação masculina.O funk conseguiu mascarar seu ritmo, mostrando-se mais parecido com o rap americano e integrando-se mais às demais classes sociais. Sua batida repetitiva, denominada "pancadão" ou "tamborzão", é inspirado em batidas do miami bass e do rap americano Isso contribuiu para que mais pessoas se tornassem seus adeptos, fazendo com que o estilo chegasse a movimentar cerca de 10 000 000 de reais por mês no estado do Rio de Janeiro entre os anos de 2007 e 2008. Algumas letras eróticas e de duplo sentido, normalmente desvalorizando o gênero feminino, também revelavam uma não originalidade, ao copiar outros estilos musicais populares no Brasil, como o axé music e o forró.
Em setembro de 2009, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou projeto dos deputados Wagner Montes e Marcelo Freixo que definiu o funk como "movimento cultural e musical de caráter popular do Rio de Janeiro" . Em novembro do mesmo ano, a secretária de transportes do Estado do Rio de Janeiro lançou o evento conhecido como "Trem do Funk", inspirado no evento anterior "Trem do Samba", que já era realizado desde 1996. Através desse evento, a Supervia destina uma composição que abriga uma festa dedicada ao funk circulando desde a estação da Central do Brasil até Belford Roxo.

Anos 2010
Em 2011, foi realizado a "Batalha dos Passinhos", um concurso promovendo o estilo de dança criado nos bailes e inspirado em passos de outros estilos musicais, como o ballet clássico, o jazz, o hip hop e o frevo.No mesmo ano, foi realizada a primeira "Rio Parada Funk".
Em 2012, um outro artista faz sucesso nacionalmente com o funk melody: o cantor Naldo Benny, anteriormente conhecido como MC Naldo , nome que usava em uma dupla com o irmão Lula, morto em 2008. Foi também lançado o musical Funk Brasil - 40 anos de baile, baseado no livro Batidão - Uma História de Funk, do jornalista Silvio Essinger.
  
                                 
                                                  Continua...

                                             
                  
                                                                                                             Autor: Silva Lundorf Lipe I



Então vou indicar aqui minhas fontes bibliográficas que usei como pesquisa os seguintes livros ‘’O Mundo Funk Carioca ‘’ autor Hermano Vianna
                              ‘’ O Batidão’’ autor Silvio Essinger

Além de horas dedicada há leitura dos livros citados passei horas a conversas com pessoas do meio Funk, mais conhecidos como ‘'pessoal das antigas'' entre eles meu amigo pessoal Jefinho Fotos.

Quero lembrar que funk não é meu gênero musical favorito, porém negar que funk não seja cultura é uma tremenda estupidez.


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